Co-produção: Granular com Gabriel Ferrandini e Pedro Lopes
Apoio: Trem Azul
4, 11, 18 e 25 de Fevereiro 2010 / 19:30
Trem Azul Jazz Store
5 € / dia
Na sua segunda edição, o ciclo Improvisível volta à Trem Azul Jazz Store, em Lisboa, para propôr durante as quintas-feiras do mês de Fevereiro uma série de solos protagonizados por músicos que nunca, ou raramente, tentaram a fórmula antes. Aos solos somam-se duos em que os conceitos e as práticas de cada um se colocam “em relação”. Os motes são a improvisação total e a imprevisibilidade das combinatórias.
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4 de Fevereiro
Solo 1
Nuno Moita
(N.M.: electrónica)
Figura incontornável da electrónica portuguesa, Nuno Moita vem dividindo a sua actividade entre a criação musical, estando envolvido num grande número de projectos (entre os quais o quarteto de gira-disquistas Whit e o duo Gigantiq), a edição (é o mentor das “labels” Grain of Sound e Ristretto, cujos catálogos abarcam nomes como Terre Thaemlitz, Lawrence English, Tu’m e Quiet American) e a organização de eventos (produz os festivais Sonicscope e Mascavado). Caracteriza-se por recorrer aos mais variados recursos tecnológicos, mas é o computador a sua principal ferramenta de trabalho.
Solo 2
Gabriel Ferrandini
(G.F.: bateria, percussão)
Com apenas 23 anos de idade, Gabriel Ferrandini está a tornar-se num dos mais importantes bateristas da improvisação livre e do jazz avançado em actividade no nosso país. Com o Motion Trio de Rodrigo Amado, o Red Trio, o grupo noise Flu e em outros contextos, entre os quais colaborações com figuras de renome como Rob Mazurek, Alberto Pinton, Alfred “23” Harth, Raymond Strid e David Stackenas, entre outros, impôs uma perspectiva muito pessoal do trabalho com as baquetas, algures entre os estilos de Paul Lytton e Paal Nilssen-Love. Como já escreveu a revista jazz.pt, “o futuro espera-o”.
Duo
Nuno Moita / Gabriel Ferrandini
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11 de Fevereiro
Solo 1
Pedro Lopes
(P.L.: gira-discos, electrónica)
Músico com vocação intermedia, Pedro Lopes trabalha frequentemente com artistas visuais e performativos. O seu trajecto passou por uma colaboração com Carlos “Zíngaro”, concertos com o Riot Trio e a junção ao colectivo de gira-discos Whit, tendo como ponto alto a constituição dos OTO, vencedores em 2008 do Concurso de Projectos Artísticos da Fundação de Serralves. O envolvimento que vem mantendo com a “radio art” traduziu-se já nas apresentações de “Backyard Radio FM” na Transmediale de Berlim, de “Majhora FM” em Serralves, e de “Le Message / The Message” em South Devon, no Reino Unido. A crítica aponta-o como o mais completo representante da novíssima geração da electrónica experimental.
Solo 2
Genoveva Faísca
(G.F.: voz)
Cantora interessada na utilização da voz como um instrumento musical, Genoveva Faísca recorre a um sem-número de técnicas invulgares, umas tradicionais, em especial as do canto bifónico de Tuva e do Tibete, e outras exploradas nos campos da música erudita contemporânea (Cathy Berberian, Joan LaBarbara) e do experimentalismo improvisado (Sainkho Namchylak, Lawren Newton). Apontada como “a Maria João das vanguardas”, o seu percurso tem, no entanto, passado pelo jazz, a bossa nova e a música popular portuguesa. Uma boa parte da sua actividade é dedicada às crianças, assumindo-se como uma “cantadora de contos”.
Duo
Pedro Lopes / Genoveva Faísca
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18 de Fevereiro
Solo 1
Ulrich Mitzlaff
(U.M.: violoncelo)
Com formação clássica e um celebrado percurso pela música improvisada, o jazz e o experimentalismo electroacústico, o alemão (residente em Portugal desde 1996) Ulrich Mitzlaff vem marcando presença em projectos partilhados com Carlos “Zíngaro”, Nuno Rebelo, Carlos Bechegas, Pedro Carneiro, Rodrigo Amado, Vítor Joaquim e Pedro Rebelo, entre outros. Enquanto compositor de cena, trabalhou para Vera Mantero, Paulo Ribeiro e Romulus Neagu. Nos palcos, tocou já com figuras internacionais como Bertrand Gauguet, Stefano Zorzanello, Bart Maris, Phill Niblock, Mark Whitecage e Fried Dahn, sempre situando-se na “terra de ninguém” entre as várias famílias musicais.
Solo 2
Nuno Torres
(N.T.: saxofone alto)
Colaborador frequente dos investimentos musicais do artista visual e instalacionista Ricardo Jacinto, Nuno Torres é em Portugal também o mais reconhecido saxofonista do chamado reducionismo, emparceirando com figuras desta área da improvisação como Ernesto Rodrigues, José Oliveira e Carlos Santos. Ainda que proveniente da escola jazzística do bop, não segue uma lógica discursiva com base na escala e no tom, preferindo a construção de texturas e uma exposição não-linear dos materiais sonoros, regra geral no limiar do silêncio. A este nível, é mesmo um estilista, pois fá-lo com elegância e um profundo sentido de musicalidade.
Duo
Ulrich Mitzlaff / Nuno Torres
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25 de Fevereiro
Solo 1
Luís Lopes
(L.L.: guitarra eléctrica)
Com formação nos blues e no rock – Jimi Hendrix é a sua mais detectável influência –, Luís Lopes é um dos mais singulares guitarristas do jazz progressivo e da livre-improvisação praticados em Portugal, à frente de grupos como o Humanization Quartet, com Rodrigo Amado e os irmãos Aaron e Stefan González, e o trio que ouvimos em 2009 no álbum “What is When”, com Adam Lane e Igal Foni. Cada vez mais orientado para uma intervenção “noise”, os seus conceitos vão-no aproximando de algo que poderia fazer um Keiji Haino que tivesse seguido as pisadas de Sonny Sharrock.
Solo 2
Flak
(F.: guitarra eléctrica)
Personagem de topo do rock português, tendo sido um dos fundadores dos Rádio Macau, Flak é também um dos pilares do grupo pop electrónico Micro Audio Waves, recomendado pelo prestigiado John Peel aos microfones da BBC e distinguido pelos Qwartz Electronic Music Awards. Em paralelo, foi-se revelando também como improvisador, ao lado de Nuno Rebelo, Carlos “Zíngaro”, Rodrigo Amado, Rafael Toral e Vítor Rua, entre outros. Compõe ainda para cinema e é o produtor de discos de Jorge Palma, Bunnyranch, Requiem e MAU. Em ambos os mundos que atravessa, nunca dele é de esperar o óbvio.
Duo
Luís Lopes / Flak
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